Que bom saber que até pra ele a relação entre o ator e o diretor não é tão simples assim...

"Alguns diretores escutam, captam tudo na audição; alguns são visuais e outros são ambos. Houston (John Houston que fez 'O pecado de todos nós') é um cara de audição e pode dizer pelo tom de sua voz se você acionou a máquina ou não. Mas ele deixa você sozinho, livre, numa boa. São os bundões sem talento que montam nas suas costas. Pensam que são jovens Eisensteins incompreendidos ou Orson Welles... Ou algo do gênero. E você sabe muito bem que quando eles dizem 'Gravando', lá vem merda. Esses são os caras mais difíceis de trabalhar. Chaplin (que dirigiu Brando em 'A Condessa de Hong Kong'), por exemplo, você precisa ir na onda dele. Ele é um homem cujos talentos são tais que você precisa jogar. Primeiro de tudo, a comédia é o jargdim-estufa de Chaplin. Ele é um gêno cinematográfico. Um talento cômico sem par. Você não sabe se ele está senil ou não. Pessoalmente, ele é terrível. Nem me preocupei muito com ele. Sórdido e sádico e malvado..." Sua voz começa a sumir... "Oh! Deus... Ele é como tooodos... Você tem que pará-los, senão avançam em você. "

Marlon Brando para Rolling Stone EUA em 1976